sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Fisioterapia Uroginecológica


Dra Mônica Lopes atua na área da fisioterapia uroginecológica, coloproctológica e obstétrica, tratando e prevenindo as alterações da musculatura perineal . Para as mulheres, a fisioterapia é de suma importância na prevenção dos prolapsos (queda de órgãos), da incontinência urinária e fecal, e até em algumas disfunções sexuais , além de possuir papel relevante no pré e pós parto e em determinadas cirurgias ginecológicas. Para os homens, trata das alterações miccionais advindas principalmente das cirurgias prostáticas.

Abaixo, saiba um pouco mais sobre o períneo (ou assoalho pélvico) e suas alterações:

O que é Períneo ou assoalho pélvico?

A palavra períneo (músculos do assoalho pélvico) advém do grego e significa “o espaço entre o ânus e o escroto”. Apesar de ser uma palavra masculina, muitos homens acreditam que só as mulheres possuem períneo, devido à sua correlação com o parto, porém essa musculatura possui importante funções para ambos os sexos, tanto no apoio da vísceras, na continência urinária e fecal, e também na função sexual. Suas alterações incluem a hipotonia (flacidez), as alterações em sua inervação e a hipertonia (rigidez). A fisioterapia objetiva normalizar o tônus desses músculos para devolver, prevenir ou aprimorar a função envolvida com sua alteração, seja ela, miccional, fecal, estrutural ou sexual.

Incontinência Urinária:

A Sociedade Internacional de Continência define IU como qualquer perda involuntária de urina. Ambos os sexos podem sofrer com a incontinência urinária, sendo sua maior prevalência em mulheres.

Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal, o que lhes confere maior fragilidade em relação ao assoalho pélvico masculino.

Dentre as causas estão:

• Gravidez e parto;
• Obesidade;
• Doenças que comprimem a bexiga;
• Tosse crônica;
• Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
• Tumores malignos como câncer de próstata no homem;
• Tumores benignos como aumento da próstata no homem;
• Quadros pulmonares obstrutivos que geram aumento da pressão intra-abdominal;
• Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade de urinar;
• Procedimentos cirúrgicos ou radioterapia que lesem os nervos do esfíncter masculino.

Incontinência Fecal:

Incontinência fecal é um distúrbio que compromete muito a qualidade de vida de inúmeros homens e mulheres e é definida como a incapacidade de controlar a eliminação das fezes.

As causas da IF são:

• Cirurgias no períneo;
• Traumas;
• Cirurgias para tratamento de câncer;
• AVC;
• Esclerose múltipla;
• Diabetes;
• Envelhecimento.

Prolapso (queda de bexiga, útero ou reto):

Não é tão difícil já ter ouvido alguma mulher se queixando de “bexiga caída”, uma expressão popular do prolapso.

O prolapso é definido como queda ou deslocamento de um órgão de seu lugar normal, em extensão variável, por insuficiência de seus meios de fixação. Na região pélvica pode ocorrer prolapso da bexiga (cistocele), do útero (histerocele) e do reto (retocele). Sua prevalência é variável, podendo chegar a 40%.²

Vários são os fatores de risco dos prolapsos, como:

• Pariedade: A chance do aparecimento de algum grau de prolapso aumenta com mais de um parto vaginal.

• Idade: Com aumento da idade ocorrem alterações do colágeno que podem levar a deficiência na sustentação dos órgãos pélvicos.

• Menopausa e pós-menopausa (devido a deficiência estrogênica).

• Fraqueza dos músculos perineais.

Os músculos perineais auxiliados pelos ligamentos são responsáveis pela sustentação dos órgãos pélvicos.

Disfunções Sexuais Femininas:

O prazer feminino ainda possui muitos mistérios. Enquanto o homem conta com tratamentos eficazes para a disfunção erétil, a mulher sonha com a pílula do prazer.

Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB), realizado por Abdo et al.(2004) , no qual foram entrevistadas 3148 mulheres 50,9% referiram alguma disfunção sexual que culmina, muitas vezes, na dificuldade em atingir o orgasmo ou na própria ausência dele.

A maioria das disfunções sexuais é secundária a conflitos psicossociais. Entretanto, fatores orgânicos são muitas vezes subjugados e, portanto, muitas destas pacientes provavelmente perderiam um grande aliado na terapêutica adequada.

As causas orgânicas normalmente se traduzem por afecções ginecológicas, redução sintomática das taxas hormonais e o inadequado comportamento da musculatura perineal. Além disso, em muitos casos as alterações psicossociais e orgânicas poderão estar associadas.

O conceito de fisioterapia uroginecológica se traduz pelo reconhecimento das disfunções relacionadas a estes músculos perineais ou do assoalho pélvico, seguida do tratamento através de exercícios de fortalecimento e coordenação com auxílio de equipamentos tais como biofeedback, eletroestimulador, cones e até mesmo “ben-wa” (utilizadas no pompoarismo).

O tratamento fisioterapêutico proporcionará a estas mulheres uma conscientização da musculatura envolvida na atividade sexual, proporcionando com isso uma intensificação do prazer, facilitando a obtenção do seu orgasmo e, por conseguinte, gerando enorme satisfação ao seu parceiro, além de auxiliá-la na prevenção dos indesejáveis sintomas de incontinência urinária e fecal.

Alterações Miccionais no HOMEM:

O homem, diferentemente da mulher, possui menos causas para desenvolver incontinência urinária. Quando isso ocorre, geralmente está associado a alterações na próstata, como seu aumento ou, em alguns casos, no aparecimento de tumor.

Outras causas para os distúrbios miccionais masculinos são as bexigas hiperativas idiopáticas (bexiga que se contrai na fase que deveria estar relaxada), algumas doenças neurológicas (como Parkinson, Diabetes, esclerose múltipla…) e traumatismos como nas lesões medulares.

As indicações para tratamento fisioterapêutico são para aqueles que possuem incontinência urinária pós-prostatectomia (retirada da próstata). A prevalência de incontinência urinária pós-prostatectomia varia de 6 a 69%, dependendo do método utilizado para medir a incontinência e a habilidade do cirurgião.

O tratamento é indolor e possui altas taxas de sucesso!


INDICAÇÕES DA FISIOTERAPIA UROGINECOLÓGICA

• Incontinência Urinária De Esforço
• Incontinência Mista
• Urgência Miccional
• Incontinência De Urgência
• Iu Masculina (Pós-Prostatectomia Ou RTU)
• Preparação Da Mulher Para O Parto
• Incontinência Do Pós- Parto
• Disfunção Sexual Feminina (DSF)
• Pré E Pós-Operatórios De Cirurgias Ginecológicas
• Incontinência Fecal

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Texto retirado da página da Clinica Salutaire em 21/11/2014.

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